"Cuidado com a besta homem, pois ele é o peão do diabo. Sozinho entre os primatas de Deus, ele mata por desporto, prazer ou cobiça. Ele matará o seu irmão para ficar com a sua terra. Não o deixe procriar em grandes números pois ele transformará em deserto a sua terra. Enxote-o, faça-o voltar ao seu lugar na selva... pois ele é o mensageiro da morte."
29ª escritura, 6º verso da Lei do Planeta dos Macacos
(Planeta dos Macacos: O Homem que veio do futuro - 1968)
Nota prévia:
O brilhante filme "Planeta dos Macacos: O Homem que veio do futuro) de 1968 - que conta com a excelente nota 8 em 10 no imdb - trouxe ao mundo a história do astronauta Taylor, que entra em crio-sono com a sua tripulação quando a sua nave se prepara para aterrar no planeta terra. O ano corrente era o de 2673.
No entanto, quando desperta do crio-sono descobre que a nave se despenhou num planeta desconhecido, que um dos três membros da tripulação se encontra morto e que o ano corrente é o de 3978. No entanto, nada o prepararia para a sua próxima descoberta: após sair de uma zona deserta e infértil é capturado por macacos que montam cavalos, utilizam armas (como facas, redes e espingardas) e que... falam. Taylor é mantido em jaulas, os restantes membros da sua tripulação acabam por morrer - na verdade um sofre uma operação experimental ao cérebro que o deixa sem fala ou raciocínio - e descobre que o mundo é dominado por esta espécie de símios. É ajudado por Cornellius e Zira, dois psiquiatras macacos que demonstram empatia por este humano extraordinário - visto que os humanos desse Planeta não têm a capacidade de articular palavras ou raciocinar logicamente. Eventualmente acaba por escapar, apenas para descobrir que não estava em nenhum planeta longínquo mas sim no seu planeta terra ao deparar-se com a estátua da liberdade submersa na praia por onde cavalgava. Taylor viajou de alguma forma para o futuro, onde no ano 3978 os macacos governam a terra e os humanos não passam de animais domesticados."
Existem pessoas que não gostam da série de filmes do Planeta dos Macacos. Quando pergunto o porquê dessa escolha, a resposta é que... é um filme estranho. Muitos nem sequer viram o filme, mas como envolve macacos a resposta compulsiva continua a dar uso recorrente à palavra estranho.
O problema é que a história deste filme é lógica o suficiente para ser uma possibilidade. Entendo que seja difícil para algumas pessoas entender este tipo de conceitos, pelas mais variadíssimas razões ligadas a inúmeros factores, daí recorrer á seguinte explicação: repetimos inúmeras vezes a ideia de que vivemos num mundo tecnológico. Os computadores portáteis, iPads, iPods, telemóveis e a internet são uma forma extraordinária de comunicarmos uns com os outros - estejam onde estiverem no planeta terra - sem recorrer a palavras ou papel. Diz-se que foguetões colocaram o homem na lua. Eu envio um e-mail para um amigo que se encontra na França que o recebe segundos após ter sido enviado. Mas imagine por momentos que ocorre um enorme catástrofe natural neste mundo, semelhante à que se diz ter extinguido os dinossauros. Num ápice, o nosso mundo tecnológico estaria reduzido ao mundo da pré história. O homem, caso sobrevivesse, teria de encontrar cavernas para se abrigar. Criar fogo através de pauzinhos e caçar com lanças improvisadas de madeira e lascas de pedra. O que aconteceria de muito interessante neste cenário? É simples: a primeira geração humana sobrevivente recordava-se deste "mundo tecnológico" em que vivemos descrito anteriormente; e certamente que passariam essa informação ás gerações seguintes. No entanto, porque esta informação descreve um mundo tão radicalmente diferente do deles (primitivo), estas histórias que são verdadeiras passariam a mitos. Seria inacreditável que algo como um iPod existisse, que sequer música existisse! Seria inacreditável que o homem fosse capaz de voar em aparelhos tecnologicamente sofisticados, que existisse uma rede global de informação chamada internet que permitia o contacto entre todos os seres do planeta. Portanto, todas estas verdades e descrições precisas do que foi antes o planeta passariam a ser histórias fantásticas para adormecer crianças. Onde quero chegar com esta ideia? Bom, que nunca iremos saber como realmente era o planeta antes de ser como é hoje nem nunca poderemos dizer que continuará assim para sempre. Basta pensar no caso do dinossauro Trodonte, que apresentava índices elevadíssimos de agilidade, velocidade e inteligência - que utilizava para caçar na floresta mesozóica. As mães trodontes após chocarem os ovos cuidavam dos seus filhos até estes se adaptarem ao habitat e possuíam polegares oposto aos dedos - como acontece com os seres humanos. Devido a todos estes factos, é seguro dizer que se a catástrofe natural - seja qual ela fôr - que extinguiu os dinossauros não tivesse acontecido viveríamos hoje num mundo reptiliano. É tão simples e lógico quanto isto. As pessoas podem agora fazer duas coisas: abrirem as suas mentes para todas estas possibilidades lógicas e entenderem melhor o mundo onde vivem ou continuarem trancadas nas suas caixas prisionais intelectuais de ideias pré-concebidas da ciência e religião, que apenas existem para impedir o homem de descobrir quem realmente é e o que faz neste mundo/realidade.
É portanto extremamente possível que em algum ponto do tempo outra espécie ultrapasse o ser humano ganhando assim o controlo do mundo e, consequentemente, alterando-o conforme as suas necessidades. A saga O Planeta dos Macacos trata todos estes temas de uma forma brilhante e custa muito acreditar que o primeiro filme tenha estreado em 1968. É um hino à mente aberta e receptiva a novas realidades, um filme épico que explica a estupidez e ignorância do maltrato de animais pela ciência através da inversão de papeis - a dada altura Taylor descobre que o seu colega de tripulação possuía o cabelo rapado e uma longa cicatriz no crânio devido a cirurgias cerebrais experimentais dos macacos cientistas, que tentavam a todo o custo descobrir como conseguiam os humanos falar e raciocinar logicamente.
"- Aguardei a sua chegada toda a minha vida e a temia, como temo a própria morte.
- Amedrontei-o desde o início e ainda o amedronto. Tem medo de mim e odeia-me. Porquê?
- Porque você é um homem. E tem razão, eu sempre soube acerca do homem. Pelas provas, acredito que a sua sabedoria está a par da sua estupidez. As suas emoções devem dominar o seu cérebro. Deve ser uma criatura belicosa que combate tudo à sua volta, até a si mesmo.
- Que provas? Não haviam armas naquela caverna.
- A zona proíbida era antes um paraíso. A ganância da sua espécie fez dela um deserto extenso."
Diálogo entre Taylor e Zaius
De forma a conseguir transmitir uma excelente metáfora no segundo filme da saga, O Segredo do Planeta dos Macacos de 1970, sou obrigado a antes apresentar-vós a seguinte informação de forma a facilitar o entendimento da dita metáfora: Credo Mutwa, xamã historiador da tribo zulu em África descreve uma era em que o homem era muito diferente do que é hoje. A história foi-lhe passada através dos antigos xamãs no monte Kilimanjaro e é uma história encontrada em cada esquina de África. Começa da seguinte forma: "Houve uma altura em que o céu azul era invisível, em que o mundo inteiro estava coberto de nevoeiros e não se conseguia ver o sol como vemos agora. Apenas se conseguia ver uma centelha, um feixe de luz branco que se movia lentamente pelo céu. Naquele tempo, as pessoas não conseguiam ver as estrelas. Apenas viam as árvores a crescer, árvores que por certo eram enormes. Não haviam desertos naquele tempo, o planeta estava repleto de florestas por todo o lado. E naquele tempo senhor, os humanos eram como se costuma dizer na língua Zulu "uncukumbili": todos os seres humanos era hermafroditas. (...) Naquela época, senhor, os seres humanos não falavam. Ainda não possuíamos o dom da linguagem porque o ser humano tinha um grande poder mental. O homem ia para a selva e utilizava o poder da sua mente que tranquilizava o animal, que ele necessitava para alimentar os seus filhos. E o animal aparecia e mansamente rendia-se para que o homem o matasse."
Credo refere-se à era dourada, onde segundo as escrituras das recentemente descobertas tábuas sumérias relatam, dois continentes partilhavam o mundo: Atlântida e Lemúria. Estes seres humanos possuíam uma tecnologia muito avançada que lhes permitiu construir monumentos impressionantes, como por exemplo as pirâmides, e viviam em paz com seres de outros planetas (extraterrestres) - estão documentados três tipos: os nórdicos, os greys e os reptilianos. Mas aqui vem o facto mais interessante: não falavam, comunicavam através da sua mente. Nota: se acha difícil isto ser possível de acontecer, aconcelho a leitura do artigo "O Universo Holográfico".
Infelizmente, devido ao que se pensa ter sido uma catástrofe natural parecida à que extinguiu os dinossauros, estas duas civilizações foram destruídas. A raça humana ficou enfraquecida após este evento, e teve como sua primeira civilização a Suméria (actualmente o Iraque) que é hoje apelidada de "o berço da civilização".
Existe um interessante denominador comum na informação fornecida acima: houve um tempo, sem dúvida pré-Sumério, em que os seres humanos comunicavam entre si através da mente.
"- Cornelius, isto não é uma questão racial mas busca de factos. Não negamos a possibilidade do declínio e queda do homem, só queremos saber como subiram os símios ao poder.
-Tudo começou na nossa pré-história com a praga que atingiu os cães e gatos. Centenas e milhares morreram e centenas e milhares tiveram de ser destruídos para prevenir que a epidemia se espalhasse. E quando se conseguiu conter a peste o homem ficou sem animais domésticos. Tal seria insuportável para o homem. Podia bem matar o seu irmão mas nunca o seu cão. Então, os humanos fizeram dos símios primitivos os seus animais domésticos, que eram primitivos e mudos mas 20 vezes mais inteligentes do que cães e gatos. Viviam em jaulas mas andavam à vontade pela casa. Começaram a compreender a linguagem humana e, em menos de 2 séculos, passaram de fazer habilidades engraçadas a realizar tarefas importantes.
- Um cão de guarda bem treinado faria o mesmo.
- O cão cozinha? Limpa a casa? Ou pega na lista de mercearia e vai fazer compras? Serve à mesa? Ou passado 3 séculos vira-se contra o seu dono?
- Como?
- (Pausa) Tornaram-se conscientes do conceito de escravatura. E, cada vez mais, conscientes do seu antídoto: que é claramente a unidade. Começaram a reunir-se em pequenos grupos. Aprenderam a arte da acção organizada e militante. Aprenderam a recusar. Primeiro grunhiam a sua recusa. Mas depois, num dia histórico comemorado pela minha espécie e bem documentada nos pergaminhos históricos, apareceu o Aldo. Ele não grunhiu. Articulou. Disse uma palavra que lhe fora dita vezes sem conta por humanos. Disse... 'não'."
Diálogo entre Cornelius e Dr. Hasslein em "Fuga do Planeta dos Macacos" de 1971
Regressando ao segundo filme da incrível saga O Planeta dos Macacos, chamado O Segredo do Planeta dos Macacos, Taylor está de regresso mas desaparece misteriosamente no inicio do filme. Brent, um astronauta que estava numa missão para resgatar o desaparecido Taylor, despenhou-se no Planeta dos Macacos. Na sua busca por Taylor, acaba por descobrir o terrível Segredo do Planeta dos Macacos: na zona proibida, onde os macacos não podem ir, vive um pequeno grupo de humanos sobreviventes que... comunicam entre os seus através do pensamento! Para além disto, conseguem inflingir dor através do pensamento e até mesmo implantar ideias em outros seres humanos. Esta ideia está brilhante, pois sugere que, uma vez exterminados todos os venenos controladores actuais da sociedade (noticiários que constantemente nos dizem que o que mostram é real criando assim a nossa realidade, cadeias de fast food que contaminam as nossas crianças com químicos que afectam o julgamento e o raciocínio, a educação que não é nada mais nada menos do que um método de formatação de pessoas, entre muitos outros infinitos factores), o ser humano conseguiu recuperar poderes mentais outrora perdidos.
Este grupo de humanos encontrados por Taylor vivem numa caverna que foi outrora uma avenida de Nova Iorque, e possuem todo o corpo queimado devido à guerra - que fica por contar - entre humanos e macacos. Todas as suas defesas são ilusões (como por exemplo passar a percepção de que a zona está a arder de forma a afugentar macacos curiosos) excepto uma que é bem real: uma bomba atómica capaz de destruir todo o planeta e que eles veneram como sendo seu Deus que os criou à sua imagem. Ora aqui está uma bela metáfora, de 1968, que demonstra em poucas palavras o absurdo que é a religião - seja ela qual for, pois como veremos em futuros posts, todas as religiões são de facto uma fachada para venerarem um único deus - o deus annunnaki.
Mais tarde em 1971 o filme Fuga do Planeta dos Macacos relata a fuga de Cornellius, Zira e Milo na nave perdida de Taylor de forma a escaparem à guerra entre símios e humanos. Quando aterram novamente, descobrem que regrediram no tempo 2 mil anos. O planeta terra é dominado pelos humanos, tal como actualmente, e os seus pares símios não falam nem raciocinam logicamente. Cedo começa a fuga dos humanos até então simpáticos quando se descobre que Zira está grávida: em última instância será o seu filho, Milo (será apelidado de Caeser por Armando, o dono do circo onde a cria nasceu), que irá liderar a revolta símia contra os humanos e conquistar o planeta terra. Toda esta ideia sugere um facto interessantíssimo: o tempo não existe. A única coisa que de facto existe é o que chamamos de presente: quando nos referimos ao passado falamos sempre do que poderíamos ter feito e do futuro do que gostaríamos de fazer. Nenhum destes factores pode ser alterado e todos eles derivam da única linha de tempo que na realidade importa: o presente. Faz lembrar um episódio épico da série Twilight Zone que conta a história de uma mulher que viaja para o passado de forma a matar Hitler em bebé e assim evitar todo o sofrimento judeu e domínio fascista. Acontece que a mulher rapta Hitler e afoga-se juntamente com o bebé, porém a criada da casa de Hitler nunca poderia deixar que tal fosse descoberto pois seria despedida na melhor das hipóteses. Então coloca o seu bebé no berço que outrora fora ocupado pelo menino que morreu afogado com a viajante do tempo. Acontece que esse era o verdadeiro Hitler e não o que morreu afogado. De alguma forma, a mulher fez a última coisa que queria: deixar Hitler vivo. Tudo o que existe é o presente, nada mais. É preciso que as pessoas comecem a habituar-se a esta ideia. É o mesmo que se passa com Fuga do Planeta dos Macacos: Cornelius e Zira são dois macacos psiquiatras que defendem os humanos e que são a favor dos seus direitos: no entanto mal desconfiam que foi na realidade o seu filho, Caesar, que criou a realidade em que vivem. Mal sabem que se não fosse seu filho, que nasceu 2 mil anos antes, eles estariam no lugar dos humanos.
E assim se vai desenrolando a história de O Planeta dos Macacos, que através de brilhantes metáforas que criticam o mundo actual (não me canso de repetir que o filme estreou em 1968) criam uma atmosfera de terror uma vez que o espectador se apercebe de que algo do género poderá, literalmente ou não, acontecer num futuro talvez não muito distante.
Cumprimentos de um amigo pensador livre,
O Fantasma
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